quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

O guabiju e a saudade














As lembranças surgem aos poucos, vão tomando forma e a saudade chega trazendo junto a vontade  e a inspiração de escrever agora benzida no refúgio da alma, na faculdade da memória. Com afeto, recordo dos doces dias de criança quando, nas matas, campos ou em margens de rios meu pai e eu andávamos descontraídos. Ele mostrando árvores frutíferas, colhendo e fazendo sentir o sabor de cada fruta. Muitas vezes eu subia nos ombros dele para colhê-las, então as frutas tinham ainda mais sabor.Tinha uma que passei a chamar de veludo – era o guabiju. Os anos foram caindo nos degraus do tempo e eu não esquecia. Almejava ter um pé de guabiju em meu pomar...colher os frutos e voltar a sentir o sabor que não havia esquecido. Dizem: pensamento positivo – você terá o que quer. Pois é...um dia meu irmão voltando da fazendinha trousse junto uma muda. Ah! Que felicidade! Agora eu teria novamente as frutinhas ao meu alcance. Ele escolheu o local e plantou. Custou muito...um dia teve a grandeza de se desenvolver...florir e frutificar. Não requer um pé de guabiju para lembrar do pai...mas esse guarda recordações muito especiais... pessoais e grandiosas: o rico carinho que ele tinha pelos filhos.

Guabiju
Outros nomes: Guabijeiro, guabiroba-açu, guabigu-guaçu, guabiju-açú,guabira-guaçú, guajaraí-da-varzea,guavira-guaçúé, arrayán indígena, guajabo negro. Em guarani: yguabi-jy (=fruta que se come) e ygua-pi-jy (=fruta de casca rija), guaviyiu ou guaiavayú (= fruto com penugem)
Nativa do Sul do Brasil, a árvore tem mais ou menos 15 m de altura, de crescimento lento, com tronco tortuoso e nodoso, de casca liso-acinzentada. Folhas pequenas, perenes, de coloração verde e com ápice pontiagudo. Flores melíferas de cor branca, ocorrendo de outubro a janeiro.Os frutos são globosos, de coloração roxo-avermelhada, com 1 ou 2 sementes. Frutifica de janeiro a fevereiro.
Multiplica-se por sementes, sendo muito disseminada por animais.
Valores nutricionais e utilizações: efeito antioxidante, alto teor de antocianinas, flavonóides( presentes na casca de cor roxa, quando maduros) e betacaroteno. Compostos com ação anti-inflamatória, que combatem o envelhecimento, previnem câncer e doenças crônicas degenerativas. Melhora os níveis de colesterol, com redução de LDL(“ruim”) e protege o fígado, diminuindo os níveis de gordura.; Regula as funções intestinais e auxiliam no combate as anemias. As folhas desta planta são popularmente utilizadas no tratamento de diarréias. Indígenas Kaiowá e Guarani utilizam a casca para dores estomacais. Servem também para elaboração de doces e geléias, refrescos e sorvetes. A madeira eé dura e resistente, muito utilizada para mourões, cercas e lenha.
Chá de guabiju:
-folhas de hortelã
-água com gás
-quatro guabijus picados
- faça a infusão com as folhas de hortelã, bem concentradas. Espere esfriar, acrescente a água com gás e os guabijus.

Classificação científica
Reino:
 Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Myrtales
Família: Myrtaceae
Género: Eugenia
Espécie: E. guabiju
Nome binomial: Eugenia guabiju







http://frutaspoa.inga.org.br/guia-virtual/guabiju.html

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Sete - Capotes










Os anos foram se arrastando e eu não esqueci  determinados acontecimentos de quando criança. Eu só, de frutos silvestres, conhecia a pitanga. Ah! Como eram gostosas...que satisfação correr nos campos e encontrar pitangueiras...apreciá-las ...degustá-las. Mais tarde quando tinha uns 13 anos fui convidada para comer sete -capotes. O convite partiu de uma amiga, prima de minha irmã de criação( Nelcinda) – A Neorinda  que morava em Mata, na época , mais especificamente no Sertã- uns 7 Km daqui. O que é isso?  Pensei...repensei ...não tinha noção do que seria. Carne? Mingau? Um tipo de abóbora? Bobinha e envergonhada não queria ser entendida como ignorante. Meio nariz empinado, não fiz perguntas. Mas  por outro lado, não esquecia   proposta, nem o dia, nem aquele nome estranho e muito esquisito.  Novamente, no ano seguinte, foram feitos vários convites...minha irmã ,que havia morado do interior, já conhecia e fez comentários:  são frutos gostosos. O tempo correu...se afastou do estão presente, fiz uma casa...um belo pomar. Tinha um senhor que vendia mudas de plantas. Era sempre o mesmo, Já o  conhecia a anos. Então perguntei: o senhor tem algo exótico...diferente...ou  fruto silvestre. Sim, disse ele, vários. Então comprei  três mudas:  pitanga gigante, morango de árvore e o tal de sete capotes que ele , na época,deu um outro nome. Passaram-se os anos e um dia desses observei várias flores brancas e lindas na árvore. Por sorte o caminhão de mudas se encontrava a poucas quadras daqui. Meu marido também não conhecia e intrigado com tal fato, quebrou um galho  e foi logo até o vendedor para descobrir ou saber do que se tratava. Disse ele: Sete- capotes. Meu  Deus!” Tantos anos...agora terei uma fruta que havia ouvido falar quando criança.
Sete capotes é uma árvore com 4 a 10 m de altura que tem uma copa arredondada.  A casca e suberosa ou grossa com várias camadas. As folhas são simples, opostas e verde foscas  com nervuras distintas. As flores são grandes, 5 a 7 pétalas brancas com 3 a 4 cm de diâmetro. A sementes  são de cor creme e germinam de 40 a 60 dias . Os frutos são  de cor verde amarelados e bem globosos.A planta tem crescimento rápido e é resistente a secas e geadas com frutificação a partir do terceiro ano. Os frutos são consumidos in-natura ou na fabricação de geléias, sucos e sorvetes. É originária do  Brasil. Sete capotes está sendo empregado na medicina popular para distúrbios gastrointestinais e hepáticos , no tratamento da diarréia e para baixar a pressão arterial.Reduz o colesterol. Previne gripes e resfriados.  Possui grande nível de vitamina C  e do complexo B. A casca e  a semente apresentam açulo de óleos essenciais com aroma herbáceo-amadeirado dos frutos.A madeira é utilizada na carpintaria e para fazer carvão.Os índios usam as folhas como fortificante. È também usada na ornamentação.
O Nome científico é campomanesia guazumifolia. Popularmente conhecida como Gabiroba, aguaricará, Araçá, sete- capotes, sete casacas, araçá –do- mato, Araçazeiro grande, capoteiro,   capote, guavirova, pêssego-do-mato, sete-capotas, sete-capas, solta- capotes, capoteira, sete-casacas, Ibirá-piroca, marmelero. A palavra aguaricará vem do guarani e significa fruto da árvore de tronco coberto por vária camadas de cascas.
Divisão: magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Myrtales
Família: Myrtaceae
Gênero Campomanesia(Ruiz & Pay – 1794
Espécie: Campomanesia guazumifolia


http://proceedings.galoa.com.br/slaca-2013/trabalhos/caracterizacao_do_oleo_essencial_de_cascas_e_sementes_de_sete_capotes

http://coralx.ufsm.br/ifcrs/resulfitotera.htm
http://www.ars-grin.gov/cgi-bin/npgs/html/taxon.pl?409838
www.refloresta-bahia.org/br/amargosa/campomanesia-guazumifolia Mais http://www.refloresta-bahia.org/br/amargosa/campomanesia-guazumifinformações